MUDAMOS O MUNDO COM UMA
ATITUDE
REAL DE
CARINHO E
AMOR

Acreditamos no Pai, Filho e Espírito Santo. Acreditamos na Palavra de Deus como regra de fé.
Acreditamos na salvação unicamente pela fé. Acreditamos que devemos guardar os mandamentos.
Acreditamos que devemos cuidar da saúde. Acreditamos que devemos cuidar da natureza.
Acreditamos que Jesus voltará.

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segunda-feira, 27 de abril de 2015

01 As 3 Mensagens Angélicas - Nascimento da maldade - A voz do Terceiro Anjo


Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o universo de Deus. Deleitavam-se em refletir a Sua glória, e patentear o Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus, o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. (...)
Sobreveio, porém, uma mudança neste estado de felicidade. Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera as Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores(a), santo, incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele. Assim diz o Senhor Jeová:
"(...) Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam. (...) Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso Eu o designei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você." (Ezequiel 28:12-15 NVI).
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor. (...)" (Ezequiel 28:17 YLT). "E tu dizias no teu coração: 'Eu subirei ao Céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. (...) serei semelhante ao Altíssimo'." (Isaías 14:13-14 YLT).
Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Não contente com sua posição, embora fosse mais honrado do que a hoste celestial, arriscou-se a cobiçar a homenagem devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer com que Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres criados, consistiu o seu esforço em obter para si o serviço e lealdade deles. E, cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou ao poder que era a prerrogativa de Cristo apenas.
Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu. A disposição de Lúcifer para servir a si em vez do Criador, suscitou um sentimento de apreensão ao ser observada por aqueles que consideravam a glória de Deus suprema. No conselho celestial os anjos insistiam com Lúcifer. O Filho de Deus apresentou perante ele a grandeza, a bondade e a justiça do Criador; e, a natureza imutável e sagrada de Sua lei. Mas a advertência, feita com amor e misericórdia infinitos, apenas despertou espírito de resistência. Lúcifer consentiu que prevalecessem seus sentimentos de inveja para com Cristo, e se tornou mais decidido. (...)
O Rei do universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. (...) Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. Ao ascenderem os cânticos de louvores, em melodiosos acordes, avolumados por milhares de alegres vozes, o espírito do mal pareceu subjugado; indizível amor fazia fremir todo o seu ser; em concerto com os adoradores destituídos de pecado, expandia-se-lhe a alma em amor para com o Pai e o Filho.
De novo, porém, achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo. As altas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom especial de Deus, e, portanto, não provocavam lhe gratidão para com o seu Criador. Ele se gloriava em seu brilho e exaltação, e almejava ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pelo exército celestial, anjos se deleitavam em executar suas ordens, e estava ele revestido de sabedoria e glória mais do que todos eles. Contudo, o Filho de Deus era mais exaltado do que ele, sendo um em poder e autoridade com o Pai. Partilhava dos conselhos do Pai, enquanto Lúcifer não penetrava assim nos propósitos de Deus. "Por que", perguntava este poderoso anjo, "deveria Cristo ter a primazia? Por que é Ele mais honrado do que Lúcifer?"
Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos. Ele agia em misterioso segredo, e durante algum tempo escondeu seu propósito real sob uma aparência de reverência para com Deus. Começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois sua sabedoria era um guia suficiente. Não eram eles seres que pudessem acarretar desonra a Deus; todos os seus pensamentos eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar para com o próprio Deus.
A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai, foi representada como sendo uma injustiça a Lúcifer, o qual, pretendia-se, ter também direito à reverência e à honra. Este príncipe dos anjos alegava que, se pudesse tão somente alcançar a sua verdadeira e elevada posição, grande bem resultaria para todo o exército do Céu; pois era seu objetivo conseguir liberdade para todos. (...) Muitos dos anjos ficaram cegos pelos enganos de Lúcifer.
Tirando vantagem da amável e leal confiança nele depositada pelos seres santos que estavam sob suas ordens, com tal arte infiltrara em suas mentes a sua própria desconfiança e descontentamento que sua participação não foi percebida. Lúcifer havia apresentado os propósitos de Deus sob uma luz falsa, interpretando-os mal e torcendo-os, de modo a incitar a dissensão e descontentamento. Astuciosamente levou os ouvintes a dar expressão aos seus sentimentos; então eram tais expressões repetidas por ele quando isto servisse aos seus intuitos, como prova de que os anjos não estavam completamente de acordo com o governo de Deus. Ao mesmo tempo em que, de sua parte, pretendia uma perfeita fidelidade para com Deus, insistia que modificações na ordem e leis do Céu eram necessárias para a estabilidade do governo divino.
Assim, enquanto trabalhava para provocar oposição à lei de Deus, e infiltrar seu próprio descontentamento na mente dos anjos sob seu comando, ostensivamente estava ele procurando remover o descontentamento e reconciliar anjos desafetos com a ordem do Céu. Ao mesmo tempo em que secretamente fomentava a discórdia e a rebelião, com uma astúcia consumada fazia parecer como se fosse seu único intuito promover a lealdade, e preservar a harmonia e a paz. (...)
Com grande misericórdia, de acordo com o Seu caráter divino, Deus suportou longamente a Lúcifer. O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu que "justo é o Senhor em todos os Seus caminhos, e santo em todas as Suas obras" (Salmos 145:17 YLT); que os estatutos divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu. Houvesse ele feito isto, poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos.
Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto. Era sacrifício demasiado grande, para quem fora tão altamente honrado, confessar que estivera em erro, que suas imaginações eram errôneas, e render-se à autoridade que ele procurara demonstrar ser injusta.
Um compassivo Criador, sentindo terna piedade por Lúcifer e seus seguidores, procurava fazê-los retroceder do abismo de ruína em que estavam prestes a imergir. Sua misericórdia, porém, foi mal-interpretada. Lúcifer apontou a longanimidade de Deus como uma prova de sua superioridade, como indicação de que o Rei do universo ainda concordaria com suas imposições. Se os anjos permanecessem firmes com ele, declarou, poderiam ainda ganhar tudo que desejassem. Persistentemente defendeu sua conduta, e entregou-se amplamente ao grande conflito contra seu Criador. Assim foi que Lúcifer, "o portador de luz", aquele que participava da glória de Deus, que servia junto ao Seu trono, tornou-se, pela transgressão, Satanás, o "adversário" de Deus e dos seres santos, e destruidor daqueles a quem o Céu confiou a guia e guarda.
Rejeitando com desdém os argumentos e rogos dos anjos fiéis, acusou-os de serem escravos iludidos. A preferência mostrada para com Cristo declarou ele ser um ato de injustiça tanto para si como para todo o exército celestial, e anunciou que não mais se sujeitaria a esta usurpação dos direitos, seus e deles. Nunca mais reconheceria a supremacia de Cristo. Resolvera reclamar a honra que deveria ter sido conferida a ele, e tomar o comando de todos os que se tornassem seus seguidores; e prometeu àqueles que entrassem para as suas fileiras um governo novo e melhor, sob o qual todos desfrutariam liberdade. Grande número de anjos deram a entender seu propósito de o aceitar como seu chefe. Lisonjeado pelo apoio com que suas insinuações eram recebidas, esperou conquistar todos os anjos para o seu lado, tornar-se igual ao próprio Deus, e ser obedecido por todo o exército celestial.
Os anjos fiéis ainda instavam com ele e com os que com ele simpatizavam, para que se submetessem a Deus; apresentavam-lhes o resultado inevitável caso se recusassem a isso: Aquele que os criara poderia subverter seu poder, e castigar de maneira notável sua revoltosa ousadia. Nenhum anjo poderia com êxito opor-se à lei de Deus, que é tão sagrada como Ele próprio. Advertiram todos a que fechassem os ouvidos ao raciocínio enganador de Lúcifer, e insistiram com este e seus seguidores para buscarem a presença de Deus sem demora, e confessarem o erro de pôr em dúvida Sua sabedoria e autoridade.
Muitos estiveram dispostos a dar atenção a este conselho, arrepender-se de sua desafeição, e procurar de novo ser recebidos no favor do Pai e de Seu Filho. Lúcifer, porém, tinha pronto outro engano. O grande rebelde declarou então que os anjos que com ele se uniram tinham ido muito longe para voltarem; que ele conhecia a lei divina, e sabia que Deus não perdoaria. Declarou que todos os que se sujeitassem à autoridade do Céu seriam despojados de sua honra, rebaixados de sua posição. Quanto a si, estava decidido a nunca mais reconhecer a autoridade de Cristo. A única maneira de agir que restava a ele e seus seguidores, dizia, consistia em vindicar sua liberdade, e adquirir pela força os direitos que não lhes haviam sido de boa vontade concedidos.
Tanto quanto dizia respeito ao próprio Satanás, era verdade que ele havia ido agora demasiado longe para que pudesse voltar. Mas não era assim com os que tinham sido iludidos pelos seus enganos. Para estes, os conselhos e rogos dos anjos fiéis abriram uma porta de esperança; e, se houvessem eles atendido a advertência, poderiam ter sido arrancados da cilada de Satanás. Mas ao orgulho, ao amor para com seu chefe, e ao desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas.
Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos. (...) Seu poder para enganar era muito grande. Disfarçando-se sob a capa da falsidade, alcançara uma vantagem. Todos os seus atos eram de tal maneira revestidos de mistério, que era difícil aos anjos descobrir a verdadeira natureza de sua obra. (...) Mesmo os anjos fiéis não podiam discernir-lhe completamente o caráter, ou ver para onde sua obra estava a levar.
Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferentes aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas representações. (...)
Procurara falsificar a Palavra de Deus, e de maneira errônea figurara Seu plano de governo, pretendendo que Deus não era justo ao impor leis aos anjos; que, exigindo submissão e obediência de Suas criaturas, estava simplesmente a procurar a exaltação de Si mesmo. (...) Satanás fizera com que parecesse estar ele procurando promover o bem do universo. O verdadeiro caráter do usurpador e seu objetivo real devem ser compreendidos por todos. Ele deve ter tempo para manifestar-se pelas suas obras iníquas.
A discórdia que sua conduta determinara no Céu, Satanás lançara sobre o governo de Deus. Todo o mal declarou ele ser o resultado da administração divina. Alegava que era seu objetivo aperfeiçoar os estatutos de Jeová. Por isso permitiu Deus que ele demonstrasse a natureza de suas pretensões, a fim de mostrar o efeito de suas propostas mudanças(b) na lei divina. A sua própria obra o deve condenar. Satanás pretendera desde o princípio que não estava em rebelião. O universo todo deve ver o enganador desmascarado.
Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. (...) Os habitantes do Céu, e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou consequência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás.
Houvesse ele sido imediatamente destruído, alguns teriam servido a Deus pelo temor em vez de o fazer pelo amor. A influência do enganador não teria sido completamente destruída, tampouco o espírito de rebelião teria sido totalmente desarraigado. Para o bem de todo o universo, através dos intérminos séculos, ele deveria desenvolver mais completamente seus princípios, a fim de que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz, por todos os seres criados; a justiça e a misericórdia de Deus, bem como a imutabilidade de Sua lei, pudessem para sempre ser postas fora de toda a questão.
A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o universo, durante todas as eras vindouras - perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua punição.
Aquele que governa no Céu é O que vê o fim desde o princípio - o Ser perante o qual os mistérios do passado e do futuro estão igualmente expostos, e que, para além da miséria, trevas e ruína que o pecado acarretou, contempla o cumprimento de Seus propósitos de amor e bênçãos. Se bem que "nuvens escuras e espessas O cercam; retidão e justiça são a base do Seu trono." (Salmos 97:2 NVI). E isto os habitantes do universo, tanto fiéis como infiéis, compreenderão um dia. "Ele é a Rocha, as Suas obras são perfeitas, e todos os Seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto Ele é." (Deuteronômio 32:4 NVI).

02 As 3 Mensagens Angélicas - A Imagem do Mal - A voz do Terceiro Anjo


Após o seu banimento do Céu, Satanás iniciou sua jornada em busca de novos adeptos e, infelizmente, encontrou na Terra receptividade para os seus enganos. Seu intuito a partir de então foi, além de usurpar o domínio deste mundo, anular a influência de Deus no homem e estabelecer a sua personalidade orgulhosa e ambiciosa.
Através da própria humanidade, Satanás tem disseminado o desprezo a Deus (II Tessalonicenses 2:3-4), deturpado continuamente os ensinos das Sagradas Escrituras (II Pedro 3:14-16) e, perseguido os que não se envolvem em suas artimanhas (Apocalipse 12:17). Estas coisas conduzem a terceira mensagem angélica a advertir severamente todo aquele que se submete as orientações desse anjo maligno:
"Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos(a) (...)" (Apocalipse 14:9-12 RA).
A mensagem do primeiro anjo proclama o evangelho eterno e convida à restauração da verdadeira adoração a Deus como Criador; o segundo anjo adverte contra todas as formas de adoração originadas em filosofias e tradições humana e, finalmente, o terceiro anjo proclama o mais solene aviso contra a adoração da "besta e de sua imagem"; que em última análise, envolve todo aquele que rejeita o evangelho da justificação pela fé(b).

Reflexo do mal

A "besta" citada em Apocalipse 14:9 (cf. Apocalipse 13:1-8) representa a igreja de Roma que se uniu ao Estado e dominou o mundo cristão durante vários séculos(c). Paulo menciona este poder religioso repressor como o "homem da iniquidade" (II Tessalonicenses 2:3-10) e Daniel cita-o por meio de um "chifre pequeno"(d) (Daniel 7:8; Daniel 7:24-25). Por sua vez, a "imagem da besta" simboliza a organização religiosa apóstata que será formada pelas igrejas protestantes, e que terá forte participação do Estado. Esta união ocorrerá quando as referidas igrejas tiverem abandonado o verdadeiro princípio da Reforma para satisfazer seus próprios interesses. Elas exigirão através da influência e força do Estado que os seus falsos ensinos, herdados da igreja de Roma, sejam seguidos. Esta união será a perfeita "imagem da besta", e a sua atuação será semelhante àquela praticada no passado pela igreja de Roma (ICAR). Assim, a "besta" (igreja romana) e a sua "imagem" (igrejas protestantes apostatadas) atuarão juntas e amparadas pelo poder civil (Estado) para impor incondicionalmente os seus ensinos e perseguir qualquer posicionamento contrário aos seus propósitos.
A mensagem do terceiro anjo proclama a mais solene e assustadora advertência da Bíblia. Ela revela que aqueles que se submeterem à autoridade humana durante a crise final da Terra, estarão adorando a "besta e a sua imagem" em vez de estar adorando a Deus. Durante esse conflito final duas classes distintas se desenvolverão. Uma dessas classes defenderá o evangelho das maquinações humanas e adorará a "besta e a sua imagem", trazendo sobre si mesma as mais terríveis consequências. A outra classe, em acentuado contraste, viverá de acordo com o verdadeiro evangelho e guardará "os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Apocalipse 14:12).

"Aqui está a perseverança dos santos"

Satanás fará o possível para obrigar os remanescentes a unirem-se ao movimento apostatado, e para isso "ele fará uso de todas as formas de engano" (II Tessalonicenses 2:10 NVI cf. Mateus 24:23-24); não prevalecendo seus artifícios, ameaçará com isolamento e morte (Apocalipse 13:15). Entretanto, manterão a integridade até o fim aqueles que alicerçaram a vida em Jesus. Nessa hora tenebrosa os filhos de Deus se sustentarão fortemente na Bíblia e não renderão homenagem a ninguém, exceto a Cristo (Apocalipse 15:2-3).
A fé em Jesus e a obediência aos mandamentos de Deus são dois aspectos importantes na vida cristã.1 Estes mandamentos são reflexos do caráter de Deus, pois expõem a norma de Sua justiça (Isaías 51:4; Romanos 7:12), e Ele deseja que cada pessoa retenha os preceitos de Sua lei (Hebreus 10:15-17; Eclesiastes 12:13). No entanto, esse objetivo é dificultado pela condição pecaminosa que domina cada indivíduo, pois "a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." (Romanos 8:7 NVI). Apesar de seus melhores esforços o homem continuamente está destituído da glória de Deus (Romanos 3:23). Contudo, Jesus veio para capacitar e restaurá-lo à Sua imagem. Veio para mostrar como é o Pai, ampliando neste sentido o significado de Sua lei.2 Cada pessoa pode guardar os preceitos de Deus unicamente por meio do poder de Cristo, e assim refletir a imagem divina (Romanos 8:3-4). A igreja remanescente honra os mandamentos da lei e os observa, não por legalismo, mas por revelação da personalidade e vontade de Deus; pelo direcionamento de vida que eles indicam.
A questão final envolverá a falsa e verdadeira adoração, o verdadeiro e o falso evangelho. A terceira mensagem angélica dirige a atenção para as consequências de se recusar o eterno evangelho de Cristo, o que consequentemente é a recusa do convite para participar da verdadeira adoração anunciada pela primeira mensagem angélica. Ela descreve vividamente os resultados finais das decisões relacionada a adoração. A decisão por certo não é fácil, pois qualquer que seja ela, envolverá sofrimento. Aqueles que optam por adorar a Deus sofrerão a ira do dragão (Apocalipse 12:17) e, num determinado momento chegarão a ser ameaçados de morte (Apocalipse 13:15), ao passo que aqueles que escolhem adorar a "besta e sua imagem" lhes recairão as sete últimas pragas e, adiante, enfrentarão o "lago de fogo" (Apocalipse capítulos 15 e 16; Apocalipse 20:14-15).
Contudo, ainda que ambas as decisões impliquem sofrimento, os resultados finais são diferentes. Os adoradores do Criador escaparão da ira mortal do dragão e estarão em pé com o Cordeiro no monte Sião (Apocalipse 7:2-4; Apocalipse 14:1 cf. Joel 2:32). Diferentemente, os adoradores da "besta e de sua imagem" receberão a plenitude da ira de Deus e morrerão na presença dos santos anjos e do Cordeiro (Apocalipse 14:9-10; Apocalipse 20:11-15).
Todos terão que decidir em que lado estarão. Se alguém escolher a justificação pela fé, isto será demonstrado em sua participação no culto que Deus aprova; se alguém escolher a justificação pelas obras, isto será demonstrado por sua participação numa forma de culto que Deus proibiu, mas que a "besta e sua imagem" ordenam - uma adoração produzida à imagem do homem (cf. II Tessalonicenses 2:3-4, Gênesis 4:3-7). Deus não pode aceitar esta última forma de adoração porque ela oferece prioridade aos mandamentos dos homens e não aos mandamentos de Deus(e) (Marcos 7:7-9; Colossenses 2:8). Ela procura a justificação através das obras dos homens e não pela fé que decorre da completa submissão ao Deus Criador, Redentor e Recriador.
A fé que conduz a Deus e que resistirá a qualquer dificuldade nos eventos finais deste mundo esta exemplificada na história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Daniel capítulo 3). Assim, a terceira mensagem angélica é, em sua essência, uma mensagem de justificação pela fé.
"Os terríveis juízos pronunciados contra o culto à besta e sua imagem (Apocalipse 14:9-11) deveriam levar todos a diligente estudo das profecias para aprenderem o que é o sinal da besta, e como devem evitar recebê-lo. As massas populares porém, cerram os ouvidos à verdade, volvendo-se às fábulas. Olhando para os últimos dias, declarou o apóstolo Paulo que: 'não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos.' (II Timóteo 4:3 NVI). Chegamos, já, a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso e amante do mundo; e Satanás lhes proporciona os enganos que amam."
Deus tem Seus filhos em todas as igrejas, mas é através da igreja remanescente que Ele proclama a mensagem que deverá restaurar a verdadeira adoração; mediante o chamamento de Seu povo para fora dos círculos da apostasia, os prepara para o retorno de Cristo. Reconhecendo que muitos dentre o povo de Deus ainda deverão unir-se ao povo remanescente, este tem clara percepção de suas imperfeições e fraquezas quando tenta executar sua solene missão. Percebe que é unicamente através da graça de Deus que lhe será possível cumprir sua monumental tarefa (João 15:5).
À luz do breve retorno de Cristo e da necessidade de preparo para encontrá-Lo, o compassivo e urgente chamado de Deus é encaminhado: "Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados se acumularam até ao Céu, e Deus Se lembrou dos atos iníquos que ela praticou." (Apocalipse 18:4-5 RA).

03 As 3 Mensagens Angélicas - A Marca do Mal - A voz do Terceiro Anjo


Tanto a "besta" quanto a sua "imagem"(a) compartilham um dogma que: as mantêm fortemente unidas; submete os homens aos seus enganos e, se opõe ao selo de Deus - o sábado do quarto mandamento(b). Dentre os diversos erros disseminados por elas, somente o ensino da observância dominical possui estas peculiaridades reunidas, tornando-a a marca ou a principal distinção das instituições que retêm este falso "dia do Senhor"(c). Este ponto doutrinário, defendido por elas, demonstra a tentativa prepotente de usurpar a autoridade de Deus e de desviar a verdadeira adoração destinada a Ele.
A Bíblia em toda a sua extensão ensina que, unicamente o sétimo dia da semana foi santificado e abençoado por Deus, e destina-se a atender exclusivamente aos Seus propósitos. Porém, o homem em busca de satisfazer seus interesses particulares confronta constantemente as orientações de seu Criador (Romanos 8:5-9 cf. Jeremias 6:16). Deus nunca modificou qualquer mandamento do Decálogo e muito menos concedeu autoridade para que alguém assim procedesse. Apesar disso, a "besta e a sua imagem" proclamam com soberba que o domingo substituiu o sábado na lei de Deus, e conclamam que esta ultrajante transgressão seja obedecida.
A terceira mensagem angélica adverte quanto a aceitação desse falso dia de descanso dizendo: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro." (Apocalipse 14:9-10 RA).
A "marca" ou "sinal" da besta não é um chip, um código de barra, um símbolo místico ou o número 666 fixado no corpo. Estas fantasiosas especulações não são sustentadas pela Bíblia. Receber a "marca da besta" (a marca do sistema religioso apostatado) indica que a pessoa através de suas próprias convicções (de forma consciente - "na fronte"), ou, motivada pela conveniência de sua vida (de suas ações - "sobre a mão") reconhece que a "besta e sua imagem" possuem autoridade para substituir o sétimo dia da semana descrito no quarto mandamento, pelo primeiro dia (domingo). Aceitar esta mudança é consequentemente render à elas obediência e adoração. Ressaltando que, ninguém receberá essa marca sem antes conhecer plenamente as verdades sobre estas questões; mas receberá aquele que, embora ciente deste assunto, resolva adotar o falso dia de descanso.
"Quando esta questão for claramente colocada diante do mundo, aqueles que rejeitam o memorial divino da Criação - o sábado bíblico - escolhendo adorar e honrar o domingo - mesmo depois de ter pleno e cabal conhecimento de que este não é o dia apontado por Deus para a adoração - receberão a 'marca da besta'. Esta é a marca da rebelião; a besta afirma(d) que o fato dela haver alterado o dia de adoração é uma prova de sua autoridade em modificar a lei de Deus."
E este conflito terá o seu auge quando as igrejas protestantes que defendem a guarda dominical, lideradas pela igreja de Roma (ICAR), exigirem que o Estado utilize seu poder para fazer valer de forma obrigatória a observância do domingo mediante lei civil, com punição aos infratores (Apocalipse 13:11-18), assim como já ocorrera no passado(e).
Nunca houve uma terceira opção e não haverá nos eventos finais deste mundo. "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; se é Baal, segui-o." (I Reis 18:21 RA). Assim como o remanescente fiel consolida sua lealdade a Deus e recebe o Seu selo (Apocalipse 7:2-3), em contraposição existem os que firmam-se na "besta e na sua imagem" e recebem o seu respectivo selo. O foco desta questão não centraliza-se meramente na escolha de um determinado dia, mas envolve a fidelidade para com a vontade de Deus expressa claramente em Sua lei (Êxodo 20:3-17 cf. Mateus 19:16-19, Lucas 16:17), sobretudo no quarto mandamento, o centro do conflito final (Apocalipse 14:7 cf. Êxodo 20:11; Apocalipse 14:12). No momento em que Lúcifer se tornou Satanás, este idealizou obter para si mesmo obediência e adoração das criaturas de Deus, e nos últimos momentos que lhe resta, fará isto com todo empenho auxiliado por seus agentes.2

04 As 3 Mensagens Angélicas - A Obediência de Caim e Abel - A voz do Terceiro Anjo


Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente em caráter. Abel tinha um espírito de fidelidade para com Deus; via justiça e misericórdia nos cuidados que o Criador tinha com a raça decaída, e com gratidão aceitou a esperança da redenção. Caim, porém, acariciava sentimentos de rebeldia, murmurava contra Deus por causa da maldição pronunciada sobre a Terra e sobre o gênero humano em virtude do pecado de Adão. Permitiu que a mente se deixasse levar pelo mesmo conduto que determinara a queda de Satanás, condescendendo com o desejo de exaltação própria, pondo em dúvida a justiça e autoridade divinas.
Esses irmãos foram provados, assim como foi Adão antes deles, para mostrar se confiariam na Palavra de Deus e obedeceriam à mesma. Estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara. Sabiam que nessas ofertas deveriam exprimir fé no Salvador a quem tais ofertas tipificavam, e ao mesmo tempo reconhecer a sua total dependência dEle, para o perdão; e sabiam que, conformando-se assim ao plano divino para a sua redenção, estavam a dar prova de sua obediência à vontade de Deus. (...)
Os dois irmãos de modo semelhante construíram seus altares, e cada qual trouxe uma oferta. Abel apresentou um sacrifício do rebanho, de acordo com as instruções do Senhor. "E atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta." (Gênesis 4:4 KJV). Lampejou fogo do Céu, e consumiu o sacrifício. Mas Caim, desrespeitando o mandado direto e explícito do Senhor, apresentou apenas uma oferta de frutos. Não houve sinal do Céu para mostrar que era aceita. Abel instou com seu irmão para aproximar-se de Deus da maneira divinamente prescrita; mas seus rogos apenas tornaram Caim mais decidido a seguir sua própria vontade. Sendo mais velho, achava que não lhe condizia ser aconselhado por seu irmão, e desprezou o seu conselho.
Caim veio perante Deus com íntima murmuração e incredulidade, com respeito ao sacrifício prometido e necessidade de ofertas sacrificais. Sua dádiva não exprimia arrependimento de pecado. Achava, como muitos agora, que seria um reconhecimento de fraqueza seguir exatamente o plano indicado por Deus. (...) Quanto ao nascimento e instrução religiosa, esses irmãos eram iguais. Ambos eram pecadores e ambos reconheciam o direito de Deus à reverência e adoração. Segundo a aparência exterior, sua religião era a mesma até certo ponto; mas, além disto, a diferença entre os dois era grande.
"Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim." (Hebreus 11:4 KJV). Abel apreendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador, e viu o pecado e sua pena de morte entre sua alma e a comunhão com Deus. Trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei, que fora transgredida. Por meio do sangue derramado olhava para o futuro sacrifício, Cristo a morrer na cruz do Calvário; e, confiando na expiação que ali seria feita, tinha o testemunho de que era justo, e de que sua oferta era aceita. Caim tivera, como Abel, a oportunidade de saber e aceitar estas verdades. Não foi vítima de um intuito arbitrário. Um irmão não fora eleito para ser aceito por Deus, e o outro para ser rejeitado. Abel escolheu a fé e a obediência; Caim, a incredulidade e a rebeldia. Nisto consistia toda a questão. (...)
A verdadeira fé, que confia inteiramente em Cristo, manifestar-se-á pela obediência a todos os mandamentos de Deus. Desde o tempo de Adão até o presente, o grande conflito tem sido com referência à obediência à lei de Deus. Em todos os séculos houve os que pretendiam ter direito ao favor de Deus, mesmo enquanto estavam a desatender algumas de Suas ordens. Mas as Escrituras declaram que pelas obras a "fé foi aperfeiçoada", e que, sem as obras da obediência, a fé "é morta" (Tiago 2:14-26). Aquele que faz profissão de conhecer a Deus, "e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade" (I João 2:4 KJV).
Quando Caim viu que sua oferta foi rejeitada, ficou irado com o Senhor e com Abel; ficou irado de que Deus não aceitasse o substituto do homem em lugar do sacrifício divinamente ordenado, e irado com seu irmão por preferir obedecer a Deus a unir-se em rebelião contra Ele. Apesar do descaso de Caim pelo mandado divino, Deus não o deixou entregue a si; mas condescendeu em arrazoar com o homem que tão sem razão se mostrara. E o Senhor disse a Caim: "Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?" (Gênesis 4:6 KJV). Por meio de um mensageiro angélico foi transmitida a advertência divina: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à tua porta. (...)" (Gênesis 4:7 KJV). A escolha dependia unicamente de Caim. Se confiasse nos méritos do Salvador prometido, e obedecesse às ordens de Deus, desfrutaria de Seu favor. Mas, se persistisse na incredulidade e transgressão, não teria motivos de queixa por ser rejeitado pelo Senhor.
Mas, em vez de reconhecer o seu pecado, Caim continuou a queixar-se da "injustiça" de Deus, e acalentar inveja e ódio a Abel. Rancorosamente censurou seu irmão, e tentou arrastá-lo à controvérsia com respeito ao trato de Deus para com eles. Com mansidão, se bem que destemida e firmemente, Abel defendeu a justiça e bondade de Deus. Indicou o erro de Caim, e procurou convencê-lo de que a falta estava com ele. Acentuou a compaixão de Deus ao poupar a vida de seus pais, quando Ele os poderia ter punido com morte instantânea, e insistiu em que Deus os amava, ou então não haveria dado a Seu Filho, inocente e santo, para sofrer a pena em que eles tinham incorrido. Tudo isto fez com que a ira de Caim mais se acendesse.
A razão e a consciência lhe diziam que Abel tinha razão; mas ele estava enraivecido de que aquele que estivera acostumado a atender seus conselhos pretendesse agora discordar dele, e de que não pudesse ganhar simpatia em sua rebeldia. No furor de seu ódio, matou o irmão.
Caim odiou e matou o irmão, não por qualquer falta que Abel houvesse cometido, mas "porque as suas obras eram más, e as de seu irmão justas." (I João 3:12 KJV). Assim, em todos os tempos os ímpios têm odiado os que eram melhores do que eles. A vida de Abel, de obediência e inabalável fé, era para Caim uma reprovação perpétua. "Todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas." (João 3:20 KJV cf. Provérbios 28:4). Quanto mais brilhante for a luz celestial que se reflete no caráter dos fiéis servos de Deus, tanto mais claramente se revelam os pecados dos ímpios, e mais decididos serão seus esforços para destruir os que lhes perturbam a paz.
O assassínio de Abel foi o primeiro exemplo da inimizade que Deus declarou que existiria entre a serpente e a semente da mulher - entre Satanás e seus súditos, e Cristo e Seus seguidores. Por meio do pecado do homem, Satanás ganhara domínio sobre a raça humana, mas Cristo a habilitaria a sacudir este jugo. Quando pela fé no Cordeiro de Deus uma alma renuncia o serviço do pecado, acende-se a ira de Satanás(a).
A vida santa de Abel testificava contra a pretensão de Satanás de que é impossível ao homem guardar a lei de Deus. Quando Caim, movido pelo espírito do maligno, viu que não podia dominar Abel, irou-se de tal maneira que lhe destruiu a vida. E onde quer que haja alguém que esteja pela reivindicação da justiça da lei de Deus, o mesmo espírito se manifestará contra ele. É o espírito que através de todos os séculos acendeu a fogueira ardente para os discípulos de Cristo. Essas crueldades amontoadas sobre os seguidores de Jesus são instigadas por Satanás e sua hoste, porque não podem eles obrigá-los a sujeitar-se ao seu domínio. É a cólera de um adversário vencido. Todo o mártir por Jesus morreu como vencedor. Diz o profeta: "Eles o venceram [aquela 'antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás'] pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte." (Apocalipse 12:9-11 KJV).
Caim, o homicida, logo foi chamado para responder por seu crime. "E disse o Senhor a Caim: 'Onde está Abel', teu irmão? E ele disse: 'Não sei: sou eu guardador de meu irmão?'" (Gênesis 4:9 KJV). Caim tinha avançado tanto no pecado que perdera a intuição da contínua presença de Deus e de Sua grandeza e onisciência. Assim recorreu à falsidade para esconder a sua culpa.
De novo diz o Senhor a Caim: "Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a Mim desde a terra." (Gênesis 4:10 KJV). Deus dera a Caim oportunidade para confessar seu pecado. Tivera tempo para refletir. Compreendera a enormidade da ação que praticara, e da falsidade que proferira para a ocultar; mais ainda, foi rebelde, e a sentença não mais se adiou; a voz divina que tinha sido ouvida em solicitações e admoestações, pronunciou as terríveis palavras: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na Terra." (Gênesis 4:11-12 KJV).
Apesar de Caim pelos seus crimes haver merecido a sentença de morte, um Criador misericordioso ainda lhe poupou a vida, e concedeu-lhe oportunidade para o arrependimento. Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para alentar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos. Esse único apóstata, dirigido por Satanás, tornou-se o tentador para outros; e seu exemplo e influência exerceram uma força desmoralizadora, até que a Terra se corrompeu e se encheu de violência a ponto de reclamar a sua destruição (Gênesis 6:12-13 cf. Isaías 24:4-6).
Poupando a vida do primeiro homicida, Deus apresentou diante de todo o universo uma lição que dizia respeito ao grande conflito. A tenebrosa história de Caim e seus descendentes foi uma ilustração do que teria sido o resultado de permitir ao pecador viver para sempre, para prosseguir com sua rebelião contra Deus (cf. Gênesis 6:3; Romanos 8:7). A paciência de Deus apenas tornou o ímpio mais ousado e desafiador em sua iniquidade. Quinze séculos depois de pronunciada a sentença sobre Caim, o universo testemunhou os frutos de sua influência e exemplo, no crime e corrupção que inundaram a Terra. Tornou-se manifesto que a sentença de morte pronunciada contra a raça decaída, pela transgressão da lei de Deus, era não somente justa mas misericordiosa. Quanto mais vivessem os homens em pecado, mais perdidos se tornariam. A sentença divina, abreviando uma carreira de desenfreada iniquidade, e livrando o mundo da influência dos que se tornaram endurecidos na rebeldia, era uma bênção e não maldição.
Satanás está constantemente em atividade, com intensa energia e sob mil disfarces para representar falsamente o caráter e governo de Deus. Com planos extensos e bem organizados, e com poder maravilhoso está ele a agir para conservar sob seus enganos os habitantes do mundo (II Coríntios 11:14). Deus, o Ser infinito e todo sabedoria, vê o fim desde o princípio, e, ao tratar com o mal, Seus planos foram de grande alcance e compreensivos. Foi o Seu intuito não somente abater a rebelião, mas demonstrar a todo o universo a natureza da mesma. O plano de Deus estava a desdobrar-se, mostrando tanto Sua justiça como Sua misericórdia, e amplamente reivindicando Sua sabedoria e justiça em Seu trato com o mal.
Os santos habitantes de outros mundos estavam a observar com o mais profundo interesse os acontecimentos que se desenrolavam na Terra. Na condição do mundo que existira antes do dilúvio, viram o exemplo dos resultados da administração que Lúcifer se esforçara por estabelecer no Céu, rejeitando a autoridade de Cristo, e pondo à parte a lei de Deus. Naqueles arrogantes pecadores do mundo antediluviano, viram os súditos sobre os quais Satanás exercia domínio. Os pensamentos do coração dos homens eram somente e continuamente maus (Gênesis 6:5 cf. Romanos 8:5-8). Cada emoção, cada impulso e imaginação estava em conflito com os divinos princípios de pureza, paz e amor. Isto foi um exemplo da terrível depravação resultante da astúcia de Satanás, de remover das criaturas de Deus a restrição de Sua santa lei.
Pelos fatos manifestos no andamento do grande conflito, Deus demonstrará os princípios de Suas regras de governo, que foram falsificadas por Satanás e por todos os que ele enganou(b). Sua justiça será finalmente reconhecida pelo mundo inteiro, embora este reconhecimento haja de se fazer demasiado tarde para salvar os rebeldes. Ver-se-á que todos os que abandonaram os preceitos divinos colocaram-se ao lado de Satanás, em luta contra Cristo. Quando o príncipe deste mundo for julgado, e todos os que com ele se uniram participarem de sua sorte, o universo inteiro, como testemunha da sentença, declarará: "Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos." (Apocalipse 15:3 KJV).

05 As 3 Mensagens Angélicas - Perdão e Salvação - A voz do Terceiro Anjo


"(...) Qual é a nossa iniquidade, qual é o nosso pecado, que cometemos contra o Senhor, nosso Deus?" (Jeremias 16:10 RA).
O homem ao pecar transgride a lei de Deus (Êxodo 20:3-17 cf. Tiago 2:8-12), visto que todo pecado caracteriza-se por ser uma violação aos princípios desta lei; e a morte eterna é a consequência final por este ato,1 pois o pecador não possui por si mesmo condições de pagar a dívida de sua transgressão. No entanto, ao reconhecer o seu erro (unicamente pela atuação do Espírito Santo),2 ele possibilita a chance de arrependimento(a) que o conduzirá ao perdão.
O perdão é concedido não porque o transgressor tenha algum direito inerente a isso, mas, porque ele deposita o seu pecado no sacrifício de Jesus ocorrido na cruz do Calvário (Isaías capítulo 53; João 1:29). Senão fosse a intervenção de Cristo ao morrer em nosso lugar (por causa de nossas transgressões), não teríamos nenhuma possibilidade de remissão e pereceríamos para sempre, visto que tampouco haveria a chance de ressurreição (I Tessalonicenses 4:13-17 cf. Apocalipse 20:6). É esta inigualável oportunidade concedida por Deus que a Bíblia chama de "graça", e é através dela que o Seu inexplicável amor pela humanidade é demonstrado (João 3:16-17). Por estes motivos, a graça requer fé alicerçada unicamente em Jesus, qualquer outra forma de confiança é inútil e ofensiva para Deus (Romanos 9:30-33; João 14:6; I João 2:1-2).
Ao conceder o perdão, a graça promove também a tranquilidade de espírito ao eliminar a aflição ocasionada pelo sentimento de culpa. Esta garantia de estar livre tanto da penalidade quanto da angústia pelo pecado cometido, habilita o pecador a se reconciliar com Deus, pois nele prevalece a certeza de que os obstáculos que o separava de seu Criador não mais existem (Isaías 1:18; Isaías 43:25-26; Miquéias 7:18-19).
Porém, enquanto concede-se o perdão, proibi-se o retorno às práticas pecaminosas; as palavras de Cristo quanto a isso são: "Vai e não peques mais."(b) (João 8:11 RA). E, de acordo com a Bíblia, "pecado é a transgressão da lei" (I João 3:4 cf. Romanos 4:15, Romanos 7:7). Desta forma, o perdão recebido não anula a obediência aos preceitos da lei de Deus.
É inconcebível alguém professar seguir a Cristo e, ao mesmo tempo, desrespeitar os Seus mandamentos.4 Tal atitude aniquila a oportunidade de herdar a vida eterna. Perdão e salvação são coisas distintas. Perdão é a absolvição, é a remissão da penalidade por transgredir a lei de Deus, ou seja, é a aplicação imediata da graça quando ocorre o arrependimento e aceitação do sacrifício de Jesus para quitar a dívida pelo pecado. Por sua vez, a salvação consiste em permanecer em comunhão com Deus através da fé em Cristo e obediência aos Seus mandamentos após receber o perdão (Apocalipse 14:12 cf. I João 2:1-4). Em última análise, salvação é a permanência na graça, é manter atuante ou válido o perdão recebido evitando a pratica do mal.
O pecador pode ser perdoado várias vezes de seus maus atos e nunca obter a salvação caso abandone o que lhe é exigido - fé e obediência (Ezequiel 33:12-16 cf. Mateus 7:22-23). Atualmente, o erro que mais predomina entre os cristãos, consiste em imaginar que o perdão (concedido pela graça), ou, a fé (no sacrifício de Cristo) anulam a obediência à lei (cf. Romanos 3:31; Romanos 6:15). Satanás é o originador deste desprezível ensino, e muitos, iludidos por seus sofismas descartam os Dez Mandamentos como - um dos - requisitos para alcançar a salvação, e assim trilham em direção a ruína na qual ele esta condenado (Apocalipse 12:17; Apocalipse 22:14-15).
O próprio Cristo esclareceu esta questão ao declarar que para obter a vida eterna (salvação) é necessário obedecer aos Dez Mandamentos(c) (Mateus 19:16-22), e que o Espírito Santo (o Auxílio celestial) seria enviado para ensinar e relembrar todas as Suas palavras (João 14:26). Paulo, quanto a isto declara: "O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro Ele diz: 'Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as Minhas leis em seu coração e as escreverei em sua mente'." (Hebreus 10:15-16 NVI).
Deus, através de Sua graça: perdoa, habilita e guia o pecador arrependido rumo a vida eterna; não existe outro meio para atingir este objetivo (Efésios 2:8-9 cf. Atos 15:11). Acolhido pela graça, o pecador é auxiliado a manter a fé em Jesus e a obedecer aos Seus mandamentos. Sem esta ajuda divina não haveria chance alguma de alguém, após receber o perdão, permanecer no caminho da salvação (cf. Romanos 8:3-4). "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." (Efésios 2:8 RA).
E este ensino é muitíssimo claro, não há possibilidade de alguém ter acesso ao reino eterno de Cristo, ignorando a Sua lei que proíbe: blasfemar o nome de Deus, criar e adorar imagens, desonrar os pais, matar, roubar; enfim, não existe condição alguma de se receber a vida eterna enquanto intencionalmente permanece transgredindo algum mandamento do Decálogo (cf. Tiago 2:10-12, Romanos 13:8-10). A graça e a fé não são permissões para negligenciar a lei(d), mas frequentemente são citadas por milhares de cristãos como pretexto para "justificar" os pecados cometidos conscientemente contra ela. "Mesmo que você diga: 'Não sabíamos o que estava acontecendo!' Não o perceberia Aquele que pesa os corações? Não o saberia Aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá Ele a cada um segundo o seu procedimento?" (Provérbios 24:12 NVI cf. Hebreus 4:12-13).
"Perante o crente é apresentada a maravilhosa possibilidade de ser semelhante a Cristo, obediente a todos os princípios da lei. Mas por si mesmo é o homem absolutamente incapaz de alcançar esta condição. A santidade que a Palavra de Deus declara que ele deve possuir antes que possa ser salvo, é o resultado da operação da divina graça, ao submeter-se à disciplina e restritoras influências do Espírito de verdade. A obediência do homem só pode ser aperfeiçoada pelo incenso da justiça de Cristo, o qual enche com a divina fragrância cada ato de obediência. A parte do cristão é perseverar em vencer cada falta. Constantemente deve orar para que o Salvador sare os distúrbios de sua alma enferma do pecado. Ele não tem sabedoria ou a força para vencer; isso pertence ao Senhor, e Ele os outorga a todos os que em humildade e contrição dEle buscam auxílio."
Em relação a fé em Cristo, o outro requisito extremamente importante para conquistar a salvação, pois "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hebreus 11:6 RA); seria ela suficiente para herdar a vida eterna? "Se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" (Tiago 2:14 RA). Na epístola de Tiago, capítulo 2, tem-se o nítido ensino da interdependência entre a fé em Jesus e as obras decorrentes da obediência à lei. Estas obras são na verdade os resultados do amor em seguir a Deus (João 14:15-21; I João 5:1-5; II João 1:4-6).
A quebra da relação entre, fé e obras, pode ser exemplificada pela atitude dos demônios(e) que creem em Deus e tremem (Tiago 2:19 cf. Lucas 4:41) mas, se desviaram da conduta de vida estabelecida por Ele. Serão salvos porque acreditam em Deus? De modo algum! Embora eles estejam convictos do poder do Criador e conheçam os propósitos de Sua lei, optaram em obedecer a Satanás (Apocalipse 12:9 cf. Isaías 14:12-14, Ezequiel 28:12-19). As obras desses demônios revelam o caráter que desenvolveram e que domina suas vidas. Neste aspecto, a atitude deles não difere do comportamento dos "cristãos" que professam acreditar no poder e autoridade de Deus mas, na prática, recusam-se em seguir as orientações de vida determinadas pelos mandamentos de Sua lei (Isaías 24:4-6 cf. Apocalipse 20:12-13; Apocalipse 22:12). Ambas as classes apresentam uma "fé" vazia, contraditória e incapaz de testemunhar a seu favor (Tiago 2:17 cf. Romanos 2:13). Na realidade, a grande maioria mantém apenas a convicção de que Deus existe e, que Jesus foi morto na cruz do Calvário(f). Isso não é a fé exigida pela graça; não é a fé que motiva o pecador a obedecer a Deus sob qualquer circunstância. A verdadeira fé conduz ao arrependimento pelo erro cometido contra a lei de Deus e, ao mesmo tempo, aceita os caminhos estabelecidos por ela, independente das adversidades.

Considerações Finais

Embora a Bíblia apresente as condições para que o pecador obtenha o perdão e, consequentemente alcance a salvação, sempre surgirá alegações contrarias à elas por partes daqueles que não desejam um compromisso verdadeiro com Deus; estarão a sustentar uma "fé" que atenda as suas necessidades particulares e, ardorosamente, se apoiarão em teorias humanas para amenizar suas consciências quando a lei lhes apontar os seus respectivos pecados (cf. Marcos 7:7-9; II Timóteo 4:3-4). Quanto a crença que cada um sustenta, Paulo adverte: "A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova" (Romanos 14:22 RA).

06 As 3 Mensagens Angélicas - Misericórdia Infinita, Paciência Limitada - A voz do Terceiro Anjo


No templo celestial(a), morada de Deus, acha-se o Seu trono, estabelecido em justiça e juízo. No lugar santíssimo está a Sua lei(b), a grande regra da justiça, pela qual a humanidade toda é julgada (Eclesiastes 12:13-14; Tiago 2:12). A arca que guarda as tábuas da lei se encontra coberta pelo propiciatório, diante do qual Cristo, pelo Seu sangue, pleiteia em prol do pecador (Hebreus 8:1-2; Hebreus 9:24; Apocalipse 11:19). Assim se representa a união da justiça com a misericórdia no plano da redenção humana (Salmos 85:9-10). Somente a sabedoria infinita poderia conceber esta união, e o poder infinito realizá-la; é uma união que enche todo o Céu de admiração e adoração.
Os querubins do santuário terrestre, olhando reverentemente para o propiciatório (Êxodo 25:18-20), representavam o interesse com que a hoste celestial contempla a obra da redenção. Este é o mistério da misericórdia a que os anjos desejam atentar: que Deus pode ser justo, ao mesmo tempo em que justifica(c) o pecador arrependido e renova Sua relação com a raça decaída; que Cristo pode humilhar-Se para erguer inumeráveis multidões do abismo da ruína e vesti-las com as vestes imaculadas de Sua própria justiça, a fim de unirem-se aos anjos que jamais caíram e, habitarem para sempre na presença de Deus.
Em todos os séculos se concede aos homens seu período de luz e privilégios, um tempo de prova, em que se podem reconciliar com Deus. Há, porém, um limite a essa graça. A misericórdia pode interceder por anos e ser negligenciada e rejeitada; vem, porém, o tempo em que essa misericórdia faz sua derradeira súplica. Mas o coração torna-se tão endurecido que cessa de atender ao Espírito Santo de Deus. Então a suave e atraente voz (Isaías 30:21) não mais suplica ao pecador, e cessam as reprovações e advertências. (...)

A nação judaica era um símbolo do povo de todos os séculos que desdenha os rogos do Infinito Amor. As lágrimas de Cristo, ao chorar sobre Jerusalém, foram derramadas pelos pecados de todos os tempos. Nos juízos proferidos contra Israel, os que rejeitam as reprovações e advertências do santo Espírito de Deus podem ler sua própria condenação.

Há nesta geração muitos que estão trilhando o mesmo caminho dos incrédulos judeus. Testemunharam as manifestações do poder de Deus; o Espírito Santo lhes falou ao coração; porém, apegam-se a sua incredulidade e resistência. Deus lhes envia advertências e repreensões, mas não querem confessar seus erros, e rejeitam-Lhe a mensagem e o mensageiro (cf. Jeremias 6:16; Isaías 53:1). Os próprios meios que Ele emprega para sua restauração, tornam-se para eles em pedra de tropeço.
A paciência que Deus tem exercido para com os ímpios, torna audazes os homens na transgressão; mas o castigo não será menos certo e terrível por causa do tempo adiado. "O Senhor Se levantará como fez no monte Perazim, mostrará Sua ira como no vale de Gibeom, para realizar Sua obra, obra muito estranha, e cumprir Sua tarefa, tarefa misteriosa." (Isaías 28:21 NVI).
Para o nosso misericordioso Deus, o infligir castigo é um ato estranho. "Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. (...)" (Ezequiel 33:11 RA cf. Ezequiel 18:23). O Senhor é "Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o Seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado. (...)" (Êxodo 34:6-7 NVI).
Embora Ele não Se deleite na vingança, executará juízo sobre os transgressores de Sua lei (Isaías 13:9-11; Isaías 24:4-6). É obrigado a fazer isto, para preservar os habitantes da Terra da depravação e ruína totais. A fim de salvar alguns, deverá Ele eliminar os que se tornaram endurecidos no pecado. "O Senhor é tardio em irar-Se, mas grande em força, e ao culpado não tem por inocente. (...)" (Naum 1:3 KJV). Reivindicará com terríveis manifestações a dignidade de Sua lei espezinhada. A severidade da retribuição que aguarda o transgressor pode ser julgada pela relutância do Senhor em executar justiça.
O pecado é a transgressão da lei, e o braço que é agora poderoso para salvar, será forte para punir quando o transgressor ultrapassar as fronteiras que limitam a paciência divina. Aquele que se recuse a buscar a vida, que não esquadrinhe as Escrituras para ver o que é a verdade, a fim de que não seja condenado em suas práticas (Romanos 14:22), será abandonado à cegueira do espírito e aos enganos de Satanás. Na mesma medida em que os penitentes e obedientes são protegidos pelo amor de Deus, os impenitentes e desobedientes serão deixados aos resultados de sua ignorância e dureza de coração, porque não recebem o amor da verdade para que se salvem.
"(...) É-nos ensinada a lição terrível e solene de que, ao mesmo tempo em que a misericórdia de Deus suporta longamente o transgressor, há um limite além do qual os homens não podem ir no pecado. Quando é atingido aquele limite, os oferecimentos de misericórdia são retirados, e inicia-se o ministério do juízo. (...) O Redentor do mundo declara que há maiores pecados do que aqueles pelos quais Sodoma e Gomorra foram destruídas. Aqueles que ouvem o convite do evangelho chamando os pecadores ao arrependimento, e não o atendem, são mais culpados perante Deus do que o foram os moradores do vale de Sidim. E ainda maior pecado é o daqueles que professam conhecer a Deus e guardar os Seus mandamentos, e contudo negam a Cristo em seu caráter e vida diária (cf. I João 2:4)."
Tempo virá em que em suas fraudes e insolências, os homens atingirão o ponto que o Senhor não permitirá que transponham, e aprenderão que há um limite para a longanimidade de Jeová.

07 As 3 Mensagens Angélicas - Finda-se o Tempo - A voz do Terceiro Anjo


"Naquela ocasião Miguel, o grande príncipe que protege o Seu povo, Se levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquela ocasião o Seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto." (Daniel 12:1 NVI).
Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. (...) O mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam "o selo do Deus vivo" (Apocalipse 7:2). Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos e com grande voz diz: "Está feito." (Apocalipse 16:17); e toda a hoste angélica depõe suas coroas, ao fazer Ele o solene aviso.

"Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda." (Apocalipse 22:11 KJV). Todos os casos foram decididos para vida ou para morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados (Isaías 43:25-26; Hebreus 9:27-28). (...)

Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus: o mundo rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda (Apocalipse 7:1-3).
Os que honram a lei de Deus têm sido acusados de acarretar juízos sobre o mundo, e serão considerados como a causa das terríveis convulsões da natureza, da contenda e carnificina entre os homens, coisas que estão enchendo a Terra de pavor. O poder que acompanha a última advertência enraiveceu os ímpios; sua cólera acende-se contra todos os que receberam a mensagem, e Satanás incitará com maior intensidade ainda o espírito de ódio e perseguição. (...)
Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. (...) É nesta vida que devemos afastar de nós o pecado, pela fé no sangue expiatório de Cristo. Nosso precioso Salvador nos convida a unir-nos a Ele, a ligar nossa fraqueza à Sua força, nossa ignorância à Sua sabedoria, aos Seus méritos nossa indignidade. (...)
O apóstolo João ouviu em visão uma grande voz no Céu, exclamando: "Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo." (Apocalipse 12:12 KJV). Terríveis são as cenas que provocam esta exclamação da voz celestial. A ira de Satanás aumenta à medida em que o tempo se abrevia, e sua obra de engano e destruição atingirá o auge no tempo de angústia.
Quando Cristo cessar de interceder no santuário, será derramada a ira que, sem mistura, se ameaçara fazer cair sobre os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal (Apocalipse 14:9-10). (...) Naquele dia, multidões desejarão o abrigo da misericórdia de Deus, abrigo que durante tanto tempo desprezaram. "'Estão chegando os dias', declara o Senhor, o Soberano, 'em que enviarei fome a toda esta terra; não fome de comida nem sede de água, mas fome e sede de ouvir as palavras do Senhor. Os homens vaguearão de um mar a outro, do Norte ao Oriente, buscando a palavra do Senhor, mas não a encontrarão'." (Amós 8:11-12 NVI).

Graça: fé e obediência

Há dois erros contra os quais os filhos de Deus - particularmente os que há pouco vieram a confiar em Sua graça - devem, especialmente, precaver-se. O primeiro, do qual já tratamos, é o de tomar em consideração as suas próprias obras, confiando em qualquer coisa que possam fazer, a fim de pôr-se em harmonia com Deus. Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos. O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção. (...)
Não ganhamos a salvação por nossa obediência; pois a salvação é dom gratuito de Deus, e que obtemos pela fé. Mas a obediência é fruto da fé. "Bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca: qualquer que peca não O viu nem O conheceu." (I João 3:5-6 KJV). Aí é que está a verdadeira prova. Se habitamos em Cristo, se o amor de Deus habita em nós, nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossas ações estão em harmonia com a vontade de Deus tal como se expressa nos preceitos de Sua santa lei. "Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como Ele é justo." (I João 3:7 KJV). A justiça está definida no padrão da santa lei de Deus, expressa nos dez preceitos dados no Sinai. (...)
A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça (Mateus 19:16-19). Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade de todo o universo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse.
Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa (Romanos 7:14). Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual possamos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado. (...)
Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós.
Quando falamos em fé, devemos ter presente uma distinção. Existe uma espécie de crença que é inteiramente diversa da fé. A existência e poder de Deus, a veracidade de Sua palavra, são fatos que mesmo Satanás e seus exércitos não podem sinceramente negar. Diz a Bíblia que "também os demônios o crêem e estremecem" (Tiago 2:19); mas isto não é fé. Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão à Sua vontade; onde o coração Lhe acha rendido e as afeições nEle concentradas, aí existe fé - a fé que opera por amor e purifica a alma. Por esta fé o coração é renovado à imagem de Deus.
"Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus."

01 As 3 Mensagens Angélicas - Babilônia Denunciada - A voz do Segundo Anjo


Desde a antiguidade, a cidade de Babilônia(a) simbolizou o desafio a Deus. Sua torre era um monumento da apostasia e um centro de rebelião (Gênesis 11:1-9). Lúcifer (Satanás) era o seu rei invisível (Isaías 14:4, 12-14), e suas atitudes evidenciam que ele pretendia fazer de Babilônia uma agência de governo da raça decaída. Ao longo de toda a Bíblia, a batalha entre a cidade de Deus (Jerusalém) e a cidade de Satanás (Babilônia) ilustra o conflito entre o bem e o mal.
Durante os primeiros séculos da era cristã, quando o império romano oprimia tanto os judeus quanto os cristãos, estes relataram na literatura à cidade de Roma como sendo Babilônia.1 E muitos crêem que Pedro usou Babilônia como pseudônimo para Roma (I Pedro 5:13). Em virtude de sua grande apostasia e perseguição, a maioria dos protestantes da Reforma e Pós-Reforma referiam-se à igreja de Roma como sendo a Babilônia espiritual, a inimiga do povo de Deus (Apocalipse capítulo 17).2
Como a cidade de Babilônia caracterizava-se por sua descrença no verdadeiro Deus e pelo desafio à Sua vontade (Isaías 21:9 cf. Apocalipse 18:9-10), o livro de Apocalipse a utiliza para simbolizar de forma abrangente as organizações religiosas(b) que desprezam a Deus, a Sua lei, e perseguem o Seu povo. E de maneira específica utiliza a designação, "Babilônia, a Grande", para representar a igreja de Roma(c) (Apocalipse 17:5).

A igreja arruinada

A mensagem do segundo anjo expõe a natureza universal da apostasia de Babilônia e o seu poder repressor, denunciando que ela "tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição." (Apocalipse 14:8 RA).
O "vinho" de Babilônia representa suas doutrinas heréticas. E assim como ocorreu no passado, nos eventos finais deste mundo ela pressionará os Estados para que obriguem todos a obedecê-la. A "prostituição" representa o relacionamento ilícito entre Babilônia e as nações - entre a igreja apóstata e os poderes civis (Apocalipse 18:1-3). Essa igreja deveria ter sido a noiva do Cordeiro, mas, ao buscar apoio do Estado em vez de apoiar-se no Senhor, ela deixa seu Esposo e comete adultério espiritual (cf. Ezequiel 16:15; Tiago 4:4). Esse relacionamento ilícito resultou em tragédia. João viu os habitantes da Terra "embriagados" com falsos ensinos, e a própria Babilônia "embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus", os quais se recusaram a aceitar doutrinas que não eram baseadas na Bíblia e negaram submeterem-se à autoridade da "grande meretriz" (Apocalipse 17:1-6; Apocalipse 18:24 cf. Isaías 24:5-6).
Babilônia caiu porque se recusou a atender à mensagem do primeiro anjo - o evangelho da justificação pela fé no Criador(d); e assim como nos primeiros séculos da era cristã a igreja de Roma apostatou, da mesma forma muitos protestantes da atualidade se desviaram das grandes verdades da Reforma. Babilônia atingirá o máximo de sua queda, quando o protestantismo tiver se desviado de forma generalizada da pureza e simplicidade do evangelho da justificação pela fé, que uma vez foi o seu principal fundamento.
A mensagem do segundo anjo tornar-se-á crescentemente relevante à medida que o fim se aproxima. Encontrará seu completo cumprimento mediante a aliança entre as várias organizações religiosas que rejeitaram a primeira mensagem angélica(e). A queda de Babilônia é detalhada no capítulo 18 de Apocalipse, onde também encontra-se o convite de Deus para que o Seu povo, que ainda se encontra nos vários grupos religiosos componentes de Babilônia, saia de suas congregações (Apocalipse 18:4).3

02 As 3 Mensagens Angélicas - O Governo de Deus e Sua Lei - A voz do Segundo Anjo


No Céu, Lúcifer iniciou suas investidas contra Deus atacando os princípios de Sua lei, derrotado (Apocalipse 12:7-9, 17), trouxe para a Terra os mesmos intuitos de subjugar o Seu governo. Para cada propósito de Deus, Satanás apresenta uma contrafação, e isso não seria diferente com as verdades relacionadas a criação deste mundo. Por milênios, Satanás obscurece os relatos bíblicos que revelam a origem da Terra e da vida que nela se encontra; por milênios, ele vem deturpando os desígnios da lei divina destinada para a humanidade. Sem escrúpulos e através de homens maléficos, ele centraliza seus esforços para anular a influência da lei de Deus, especialmente do quarto mandamento que reúne as verdadeiras informações sobre Autor da criação e os motivos pelas quais a Ele, unicamente, devem ser destinadas a obediência e adoração de Suas criaturas.
"O Senhor fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, santificando este dia e separando-o de todos os outros como sagrado a Sua própria Pessoa para que fosse observado por Seu povo durante todas as suas gerações. Mas o homem do pecado, exaltando-se acima de Deus, assentando-se no templo de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus, cuidou em mudar(f) os tempos e a lei (Daniel 7:25). Este poder, tencionando provar que não somente era igual a Deus, mas estava acima de Deus, mudou o dia de repouso, colocando o primeiro dia da semana onde deveria estar o sétimo. E o mundo protestante tem admitido que este filho do papado [domingo] seja considerado sagrado. Na Palavra de Deus, isto é chamado de fornicação (Apocalipse 14:8)."
"Durante a dispensação cristã, o grande inimigo da felicidade do homem fez do sábado do quarto mandamento um objeto de ataque especial. Satanás diz: 'Eu atravessarei os propósitos de Deus (Ezequiel 28:1-7; Ezequiel 28:13-19; Isaías 14:12-14). Capacitarei meus seguidores a porem de lado o memorial de Deus, o sábado do sétimo dia. Assim, mostrarei ao mundo que o dia abençoado e santificado por Deus foi mudado. Esse dia não perdurará na mente do povo. Apagarei a lembrança dele. Porei em seu lugar um dia que não leve as credenciais de Deus, um dia que não seja um sinal entre Deus e Seu povo. Levarei os que aceitarem este dia a porem sobre ele a santidade que Deus pôs sobre o sétimo dia.
Através de meu representante, engrandecerei a mim mesmo (II Tessalonicenses 2:3-4 cf. Ezequiel 28:2). O primeiro dia será exaltado, e o mundo protestante receberá este sábado espúrio como genuíno. Através da não observância do sábado que Deus instituiu, levarei Sua lei ao menosprezo (...). Assim o mundo tornar-se-á meu. Eu serei o governador da Terra, o príncipe do mundo (João 14:30-31 cf. João 12:31). Controlarei assim as mentes sob meu poder para que o sábado de Deus seja um objeto especial de desprezo'."
"Uma vez que o sábado desempenha papel vital na adoração a Deus como Criador e Redentor, não deveria constituir surpresa o fato de que Satanás tem levado adiante uma guerra sem tréguas na tentativa de subverter essa sagrada instituição. Em parte alguma, autoriza a Bíblia a mudança do dia de adoração que Deus instituiu no Éden e reafirmou no Sinai. Outros cristãos, eles próprios observadores do domingo, reconhecem isso(g)."

Considerações Finais

As investidas de Satanás contra o governo de Deus e Sua lei são representadas pela ação de uma Babilônia mística ou simbólica, pois a literal já havia sido destruída nos tempos do Antigo Testamento e nunca mais será habitada (Isaías 13:19-21). A Bíblia de Jerusalém, tradução católica com imprimatur, comentando Apocalipse 17:5 afirma que Babilônia é o nome simbólico de Roma, que arrastou todas as nações à idolatria.
Assim como Apocalipse capítulo 12 apresenta uma mulher pura como símbolo da igreja fiel a Deus, em Apocalipse capítulo 17 tem-se uma meretriz representando uma igreja que se prostituiu, isto é, que corrompeu-se espiritualmente quanto abandonou a Deus (cf. Ezequiel 16:15-21).7 A igreja de Roma é a igreja-Mãe descrita em Apocalipse 17:5; e esta tem filhas que, embora tenham a abandonado, conservam muito de seus vícios e da sua conduta religiosa equivocada; saíram da casa da "mãe meretriz", porém embriagadas com seu "vinho" de ensinos abomináveis (Apocalipse 17:4). E neste estado de "embriaguez" não percebem as doutrinas herdadas.
Existem pessoas sinceras dentro dessas igrejas que ainda não descobriram estas revelações de Deus. Todavia, permanecer nelas após conhecer a vontade do Senhor, demonstra um ato de desobediência e rebelião que as identifica com os pecados de Babilônia. Por causa desta atitude, Deus Se vê obrigado a castigá-las com os flagelos destinados a Babilônia. Antes, porém, o Salvador lhes concede oportunidade de livramento: "Sai dela, povo Meu" (Apocalipse 18:4 cf. Ezequiel 18:23, Ezequiel 33:11).8

03 As 3 Mensagens Angélicas - Babilônia Denunciada II - A voz do Segundo Anjo


"(...) mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis da Terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na Terra.
(...) vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição. Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: 'Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra'. Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. (...) as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. (...)" (Apocalipse capítulo 17 RA).
A palavra "Babilônia" no livro de Apocalipse refere-se as instituições eclesiásticas e seus dirigentes, e não especificamente a seus membros os quais são chamados de "muitas águas" (Apocalipse 17:15), ela simboliza todas as organizações religiosas contrárias a Deus que já surgiram neste mundo. Porém, dentro do próprio sistema que forma Babilônia, existe uma unidade organizacional conhecida por "Babilônia, a Grande" e representa a igreja de Roma (igreja Católica Apostólica Romana). Esta igreja no fim dos tempos liderará a tríplice união(a) formada pelo: papado, protestantismo apostatado e espiritismo (Apocalipse 16:13-14). Essa união aparentemente estável entrará em colapso e será exterminada, e aqueles comprometidos ou vinculados à ela serão igualmente destruídos quando Cristo findar o Seu ministério no santuário celestial e retornar a este mundo(b) (Apocalipse 16:17-19 cf. Zacarias 11:8-10).
A igreja de Roma é simbolizada por uma "meretriz" em decorrência de sua promiscuidade doutrinária e espiritual, e é adjetivada de "grande" devido ao alcance global(c) de seus domínios e ensinos. Ela encontra-se "sentada sobre muitas águas", ou seja, exerce o seu poder de forma absoluta sobre "povos, multidões, nações e línguas" (Apocalipse 17:15).
Valendo-se desse domínio e dotada de um caráter sedutor, ela persuadiu e conquistou os reis da Terra com os quais teve relações ilícitas(d) (Apocalipse 17:2). E este vínculo político-religioso entre os Estados e a igreja romana terá novamente seu apogeu antes do segundo advento de Cristo (cf. Apocalipse capítulo 13). Ao longo dos tempos, a parte política desse relacionamento concedeu sua autoridade e seus recursos para a parte religiosa, tornando-se desta maneira cúmplice de seus crimes (Apocalipse 17:13). E, a intensidade com que as pessoas "se embebedaram com o vinho" de falsos ensinos doutrinários da igreja sempre esteve diretamente relacionada com a extensão do apoio político concedido à ela.
A igreja romana encontra-se "vestida de púrpura e escarlata, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas" (Apocalipse 17:4). Estas cores são largamente utilizadas em suas vestimentas sacerdotais, e tanto o clero quanto as catedrais ostentam riquezas em suas ornamentações de elevado valor(e) (cf. Apocalipse 18:16). Ela usa em suas liturgias "um cálice de ouro" no qual externamente ilude as multidões com sua beleza, enquanto de seu interior transborda abomináveis doutrinas e imundas relações com o mundo (Apocalipse 17:4). João descreve ainda a localização geográfica de "Babilônia, a Grande" ao citar que ela esta "sentada" sobre "sete montes"(f) (Apocalipse 17:9). E a cidade de Roma, na qual a sede da igreja romana se encontra, é conhecida como a "cidade das sete colinas"(g) por estar situada entre sete montes.
"Babilônia, a Grande" é indiciada por vários crimes, dentre eles: persuadir os reis (governantes) da Terra a se unirem à ela com o intuito de promover seus desígnios perniciosos; dominar por violência e afligir povos e reinos; instigar os habitantes da Terra a apoiar seus dogmas, tornando-os coparticipantes de seus delitos; e, assassinato. Em relação a este último crime a História retrata a igreja de Roma como impiedosa e sanguinária. João ao presenciar o seu grau de perversidade a descreve "embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus" (Apocalipse 17:6). São inúmeros os relatos de atrocidades e condenações a morte àqueles que rejeitaram seus ensinos e supremacia; o período da Inquisição(h) representa com propriedade as cruéis perseguições promovidas por ela. Associa-se ainda aos crimes citados, a deturpação do evangelho de Cristo e de Seu ministério sacerdotal(i). Em essência, os pecados dessa igreja foram motivados pelo orgulho e arrogância (Apocalipse 18:7), os mesmos atributos que conduziram Lúcifer a ruína. Estes fatos revelam o verdadeiro propósito do arqui-inimigo de Deus para humanidade, que atua de forma sorrateira através do próprio homem.
"A Escritura Sagrada declara que Satanás, antes da vinda do Senhor, operará 'com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça'; e 'os que não receberam o amor da verdade para se salvarem' serão deixados à mercê da 'operação do erro, para que creiam na mentira'." (II Tessalonicenses 2:9-11 KJV). A queda de Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. (...)
Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão. Muitos deles há que nunca souberam das verdades especiais para este tempo. Não poucos se acham descontentes com sua atual condição e anelam mais clara luz. Em vão olham para a imagem de Cristo nas igrejas a que estão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais da verdade, e aliando-se mais intimamente com o mundo, a diferença entre as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação. Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais poderão permanecer unidos aos que são 'mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela'. (II Timóteo 3:4-5 KJV cf. Tiago 4:4).
O capítulo 18 do Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do capítulo 14:6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra. Quando os que 'não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade' (II Tessalonicenses 2:12 KJV), forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam na mentira, a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão ao chamado: 'Sai dela, povo Meu'." (Apocalipse 18:4)."1

04 As 3 Mensagens Angélicas - A Lei de Deus adulterada - A voz do Segundo Anjo


"Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei. (...)" (Daniel 7:25 RA).
O desprezo contra a lei de Deus, especialmente contra o quarto mandamento, não é algo que Satanás busque esconder (Ezequiel 28:15 cf. I João 3:4, Apocalipse 12:17), e hoje, muitos mantêm o mesmo sentimento. Ao longo dos milênios, valendo-se de homens envolvidos por vãs filosofias, cobiça e ambição por poder e prestígio, o arqui-inimigo de Deus tem trabalhado incansavelmente para atingir os seus objetivos, sendo o principal evitar que a humanidade reconheça e louve ao Deus Criador. Satanás não possui o direito de ser reverenciado, e como não conseguiu usurpá-lo(a), esforça-se para desviar do Criador toda a honra e glória (Isaías 14:12-15 cf. Apocalipse 12:7-10; I Timóteo 1:17). E para alcançar este propósito ele ataca o Decálogo intensamente (Apocalipse 12:17 cf. Apocalipse 14:12).
Sendo a adoração e a obediência destinadas unicamente a Deus, a causa do confronto entre o bem e o mal, observa-se que esses dois princípios fundamentais são mais severamente afetados quando ocorre alterações no segundo e quarto mandamentos de Sua lei. Fazendo o comparativo entre os Dez Mandamentos escritos por Deus e, os "dez mandamentos" adulterados por Satanás, percebe-se claramente a intenção deste último de anular os verdadeiros propósitos do Decálogo.

Os Dez Mandamentos - conforme Êxodo 20:3-17 (originais - de acordo como Deus escrevera, Êxodo 31:18; Êxodo 34:1):

1. Não terás outros deuses diante de Mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque Eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos.
3. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão.
4. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva (...) porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.
5. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo (...), nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

Os "Dez Mandamentos" - de acordo com a igreja de Roma1 (modificados pelo homem - induzido por Satanás, João 8:44; I João 3:8; I João 5:19):

1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar Seu santo nome em vão.
3. Guardar domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matarás.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtarás.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.

A igreja romana retirou o segundo mandamento que proíbe a confecção e adoração de imagens, com isso o terceiro mandamento, para ela, passou a ser o segundo; o quarto mandamento totalmente alterado tornou-se o terceiro;2 o quinto mandamento ficou no lugar do quarto e assim sucessivamente. E para manter o número total de 10 (dez) mandamentos, o décimo foi dividido em dois. Estas mudanças estão registradas na vasta literatura da igreja de Roma (igreja Católica Apostólica Romana).
Pode-se observar ainda uma alteração sutil no primeiro mandamento. No texto original é dito: "Não terás outros deuses diante de Mim" (Êxodo 20:3); este mandamento requer aceitação e adoração ao único Deus Criador. O texto reeditado por Roma, diz: "Amar a Deus sobre todas as coisas". Esta reedição não impede diretamente a veneração de "deuses", e deixa implícito que não é necessariamente proibido adorá-los, desde que eles não sejam considerados superiores ao Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente descrito na Bíblia.

05 As 3 Mensagens Angélicas - A apostasia e o filho da perdição - A voz do Segundo Anjo


"Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus." (II Tessalonicenses 2:3-4 NVI).
Compare o alerta feito pelo apóstolo Paulo nos versos de II Tessalonicenses 2:3-4, com estas declarações provenientes da igreja de Roma:

"O papa é de tão grande dignidade e grandeza que ele não é um simples homem, mas, como se fosse Deus, o vigário de Deus. (...) Por conta da excelência de sua suprema dignidade, ele é chamado bispo dos bispos, (...) monarca divino, supremo imperador e rei dos reis. Por isso o papa está coroado com uma tríplice coroa, como o rei do céu, da terra e do inferno (infernorum). Mais que isso, a excelência e poder do papa não é somente sobre temática celestial, terrestre e do inferno, mas, ele também está acima dos anjos, é o superior deles; então se for possível que os anjos errem na fé, ou cogitem sentimentos contrários à ela, eles poderiam ser julgados e excomungado pelo papa.
Ele é de tamanha dignidade e poder, que ocupa um único e idêntico tribunal com Cristo; de modo que, tudo o que o papa faz, parece proceder da boca de Deus. (...) O papa é, por assim dizer, Deus na Terra, único príncipe dos fiéis de Cristo, o maior rei de todos os reis, tendo a plenitude do poder, a quem o governo do reino terrestre e celestial é confiado."3 "As sentenças que ele ordena são imediatamente ratificadas no Céu."4
"O papa é de tão grande autoridade e poder, que ele pode modificar, declarar, ou interpretar até as leis divinas. (...) pode, às vezes, contrariar a lei divina, ao limitar, explicar, etc. (...) pois seu poder não provém do homem, mas de Deus, ele supri o lugar de Deus na Terra."5
Com base nessa fictícia e demoníaca afirmativa de possuir poder e soberania proveniente de Deus e, até mesmo ostentando ser como Deus, é que a igreja de Roma modificou os Dez Mandamentos conhecidos desde a época da criação(b), e que foram ratificados no monte Sinai; cumprindo deste modo as profecias de Daniel 7:25 e Apocalipse 13:5-6. Deve-se ressaltar ainda que: as mudanças no Decálogo não ocorreram por um único papa, ou, em um momento específico na era cristã. Essas modificações aconteceram de forma gradual através dos séculos por meio de vários concílios coordenados pela igreja romana. A seguir algumas declarações provenientes de teólogos e fundadores do protestantismo, confissões de fé e, outras literaturas protestantes oficiais que são contrárias às alterações na lei de Deus promovidas pela igreja de Roma.

Igreja Anglicana
Sequência de perguntas e respostas extraídas do catecismo anglicano:6
Pergunta: Disseste que os teus padrinhos prometeram solenemente que guardarias a santa vontade de Deus e os Seus mandamentos. Dize-me quantos mandamentos há.
Resposta: Dez.
Pergunta: Quais são?
Resposta: Os mesmos que Deus pronunciou, como se encontra no capítulo vinte do livro de Êxodo, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. I. Não terás outros deuses diante de Mim. II. Não farás para ti imagem de escultura (...) III. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (...) IV. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar (...) V. Honra teu pai e tua mãe (...) VI. Não matarás. VII. Não adulterarás. VIII. Não furtarás. IX. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. X. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo (...)".
Pergunta: Que entendes principalmente destes mandamentos?
Resposta: Entendo duas coisas: o meu dever para com Deus, e o meu dever para como o meu próximo.
Igreja Assembleia de Deus
"'Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei'(c). (...) Não é simplesmente uma questão de violar uma regra específica do código, mas sim uma questão de uma atitude rebelde. Foi Deus quem deu a lei, portanto a transgressão da lei é, no fundo, uma rebelião contra Deus."7
"(...) Tiago nos lembra que se transgredimos uma só lei, nos tornamos pecadores. Não podemos decidir manter uma parte da lei de Deus e ignorar o restante dela. Não se pode infringir a lei 'só um pouco'; aquele que infringi-la, precisará de Cristo para pagar por seu pecado. (...) A graça de Deus não cancela o nosso dever de obedecê-lo; ela dá à nossa obediência uma nova base. A lei não é mais um conjunto exterior de regras, mas é a 'lei da liberdade' - uma lei que cumprimos alegre e voluntariamente, por amarmos a Deus e termos o poder de Seu Espírito Santo."8
"Ao responder à pergunta do jovem sobre como alcançar a vida eterna, Jesus lhe disse que devia obedecer aos Dez Mandamentos de Deus. Em seguida, Jesus relacionou seis deles, todos referentes ao relacionamento com os semelhantes. (...)"9 "A salvação em Cristo não significa que a lei perdeu o seu valor. Na realidade, a justificação pela fé confirma a lei, quanto ao seu propósito e função original. Mediante sua reconciliação com Deus e a obra regeneradora do Espírito Santo, o crente é capacitado a honrar e obedecer à lei Moral de Deus."10

Igreja Batista
"A lei de Deus deve ser perpétua. Não há revogação, nem alteração da mesma. Ela não deve ser atenuada ou ajustada à nossa condição pecaminosa; mas cada um dos justos preceitos do Senhor permanece para sempre." (...) Nosso Senhor Jesus declara que Ele não veio para aboli-la. Suas palavras são bastante claras: 'Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim para destruir, mas cumprir.' E Paulo com relação ao evangelho nos diz: 'Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei' (Romanos 3:31). O evangelho é o meio de estabelecer, firmar e vindicar a lei de Deus.
Jesus não veio para mudar a lei, Ele veio para esclarecê-la, e este fato revela sua continuidade, pois não há necessidade de esclarecer o que é revogado. (...) Para mostrar que Ele nunca pretendeu revogar a lei, nosso Senhor Jesus personificou todos os seus mandamentos em Sua própria vida. Em Sua própria pessoa havia uma natureza que estava em perfeita conformidade com a lei de Deus."11
"A mesma lei que foi escrita no coração do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça após a queda, e foi entregue por Deus no monte Sinai, em Dez Mandamentos escritos em duas tábuas, os quatros primeiros contendo nosso dever para com Deus, e os outros seis o nosso dever para com o homem. (...) Para sempre a lei Moral requer obediência de todos, tanto de pessoas justificadas quanto das demais. E isto não apenas por causa do assunto de que trata esta lei, mas, também, por causa da autoridade de Deus, o Criador, que a impôs. No evangelho, Cristo de modo nenhum dissolve a lei, antes confirma a sua obrigatoriedade."12

Igreja Congregacional
"A lei de Deus exige a perfeita obediência a todos os seus requisitos. (...) As exigências desta lei são duas: tu amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma e com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e amarás a teu próximo como a ti mesmo; (...) e isso tu farás durante toda a tua vida.
A peculiar perfeição da obediência, aqui exigida, é a universalidade da mesma. Outra lei não exige a consagração absoluta de todas as nossas forças em obediência a seus preceitos, ou estende as suas exigências a cada momento de nossa existência. (...) A lei de Deus é o fundamento de Seu Governo, e da felicidade que confere às Suas criaturas racionais; uma felicidade, em parte, subordinada pela própria natureza da obediência, e sob certo aspecto pela recompensa do Legislador. Esta importância da lei, portanto, é imensurável."13
"E na mesma proporção que a inimizade dos homens ímpios ferve e se enfurece contra o próprio Deus, ela vai igualmente contra a Sua lei. (...) Porém, por mais que homens maus estejam descontentes com a lei, e por mais que a inimizade deles levante-se, intensifique-se e enfureça-se contra ela, eles ainda estão sob as suas obrigações. A lei ainda está em seu pleno vigor, irrevogável e inabalável; e consequentemente é seu dever indispensável e inviolável, observar e cumpri-la perfeitamente. (...) Ela não foi entregue a qualquer seita religiosa em particular, classe ou grupo de homens, mas foi estabelecida como regra de obediência à ser observada por todos. (...) Quer sejam os homens piedosos ou perversos, a este respeito não há diferença; é dever indispensável que todos vivam em perfeita obediência à lei divina."14

Igreja Luterana
"Estas foram as razões, porque, na descrição do pecado original, fizemos menção também da concupiscência. (...) o pecado original também contém estas enfermidades, a saber: ignorância de Deus, desprezo de Deus, caráter destituído de temor e confiança em Deus, incapacidade de amar a Deus. Estas são as principais falhas da natureza humana, conflitantes especialmente, com a primeira tábua do Decálogo."15
"Está escrito pelo profeta (Jeremias 31:33): 'Porei a Minha lei no interior deles e a escreverei nos seus corações'. Em Romanos 3:31, Paulo diz: 'Anulamos então a lei pela fé? Deus nos proibi: na verdade, estabelecemos a lei'. E Cristo diz (Mateus 19:17): 'Se queres entrar na vida, observes os mandamentos'. Da mesma maneira (I Coríntios 13:3): 'Se não tiver bondade, nada disso me aproveitará'. Estas e outras sentenças comprovam que a lei deve ser iniciada em nós, e deve ser mantida por nós cada vez mais. Além disso, não estamos falando de cerimônias, mas da lei que fornece mandamentos relativos ao comportamento do coração, a saber o Decálogo."16
"Portanto, temos nos Dez Mandamentos, um compêndio da doutrina divina quanto aquilo que devemos fazer, para que toda a nossa vida seja agradável a Deus; como uma verdadeira fonte e canal de onde tudo proceda e seja considerado boas obras; então, fora destes Dez Mandamentos nenhuma obra ou coisa alguma pode ser boa ou agradável a Deus, por maior ou preciosa que seja aos olhos do mundo."17

Igreja Metodista
"(...) a lei Moral, constituída por Dez Mandamentos e ministrada pelos profetas, Ele [Jesus Cristo] não removeu. Não foi o objetivo de Sua vinda, revogar qualquer parte dela. Esta é uma lei que jamais pode ser inutilizada; que 'permanece firme como uma testemunha fiel no Céu'(d).
A [lei] Moral encontra-se sobre uma base totalmente diferente da cerimonial, lei ritual, a qual foi estabelecida apenas para uma restrição temporária de um povo rebelde e de dura cerviz; enquanto esta [lei Moral] surgiu desde o princípio do mundo, sendo 'escrita não em tábuas de pedra', mas no coração de todos os filhos dos homens, quando saíram das mãos do Criador. No entanto, as letras outrora escritas pelo dedo de Deus, são hoje em grande medida desfiguradas pelo pecado; por hora elas não podem ser completamente eliminadas, enquanto tivermos alguma consciência do bem e do mal. Cada parte da lei deve permanecer em vigor, a toda humanidade, em todas as épocas; independente de tempo ou lugar, ou quaisquer outras circunstâncias passíveis de transformações. (...)"18
"No código de leis chamado Decálogo, considerando que o preceito do sábado é iniciado com a palavra 'lembrar', entendemos que, a obrigação de observá-lo era conhecida antes. Os homens não são intimados a 'lembrar' o que eles anteriormente não conheciam. O Decálogo, de que o quarto mandamento é uma parte, não contém os estatutos cerimoniais e judiciais da nação de Israel, que eram de duração temporária, mas as leis de dever eterno, na qual toda a nação e autoridades são obrigados a observar. A lei do sábado permanece no centro da obrigação religiosa. É precedido e seguido por estatutos que todo ser humano é obrigado a obedecer. Encontramos a lei do sábado lado a lado da lei sobre a idolatria, assassinato, adultério, roubo e equivalentes. Deus exige obediência universal. Permitir que qualquer um destes mandamentos sejam transgredidos, teremos em breve todo o conjunto do Decálogo anulado."19

Igreja Presbiteriana
"Com respeito à doutrina, não devemos imaginar que a vinda de Cristo nos libertou da autoridade da lei, pois é a regra eterna de uma vida devota e santa, e deve, portanto, ser tão imutável como a justiça de Deus."20 "Onde há uma entrega a Cristo, há primeiramente que encontrar nEle a perfeita justiça da lei, que nos é imputada, tornando-se nossa; e depois há a santificação, pela qual os nossos corações são preparados para guardar a lei."21 "A lei não sofreu nenhuma diminuição de sua autoridade e deve receber de nossa parte sempre o mesmo respeito e obediência."22
I. Deus entregou a Adão uma lei, como um pacto de obras, pela qual Ele o submeteu e toda sua posteridade, a uma obediência perpétua, pessoal, completa e perfeita; prometeu vida sob a condição de cumprir e ameaçou de morte em caso de violar a mesma, e dotou-lhe com poder e capacidade para guardá-la.
II. Essa lei, após sua queda, continuou a ser uma perfeita regra de justiça; e, como tal, foi entregue por Deus no monte Sinai, em Dez Mandamentos, escritos em duas tábuas: os primeiros quatro mandamentos contêm o nosso dever para com Deus; e os outros seis, o nosso dever para com o homem.
V. A lei Moral submete sempre a todos, tanto as pessoas justificadas como as demais, a obedecê-la; e isso, não somente quanto à matéria contida nela, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a entregou. Nem Cristo, no evangelho, de modo algum anula esta obrigação, antes a fortalece.23

Considerações Finais
Apesar da grande maioria das denominações protestantes reconhecerem e professarem que unicamente Deus possui soberania universal, e que Sua lei é imutável, atuante e eterna, na prática isso não ocorre, pois o Decálogo não é obedecido em sua totalidade por elas, uma vez que o sábado descrito no quarto mandamento continua sendo substituído pelo domingo, e assim, aceitam a "autoridade" da igreja de Roma para modificá-lo. Sobre este fato, o reverendo católico John Anthony O'Brien declara:

"Todavia, visto que o sábado, não o domingo, é especificado na Bíblia, não é curioso que os não-católicos que professam obter sua religião diretamente da Bíblia e não da igreja, observem o domingo em lugar do sábado? Sim, certamente, isto é inconsistente. (...) Eles mantêm o costume [de observar o domingo], apesar dele repousar sobre a autoridade da igreja Católica e não sobre um texto explícito da Bíblia. Esta observância permanece como uma lembrança da igreja Mãe da qual as seitas não-católicas se separaram - tal como um garoto que foge de casa mas ainda carrega em seu bolso uma fotografia da mãe ou uma mecha de seu cabelo."24
A Bíblia cita a igreja Mãe e suas filhas mencionadas por O'Brien da seguinte maneira: "Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: 'Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra'." (Apocalipse 17:5 RA). O livro de Apocalipse chama as igrejas Filhas de meretrizes por causa das falsas doutrinas (promiscuidade doutrinária) que elas herdaram de "Babilônia, a Grande", a igreja Mãe(e).

E "hoje, como nos dias de Elias, a linha de demarcação entre o povo que guarda os mandamentos de Deus e os adoradores de falsos deuses está claramente definida. 'Até quando coxeareis entre dois pensamentos?' clamou Elias; 'se o Senhor é Deus, segui-O; se é Baal, segui-o.' (I Reis 18:21 KJV)".25 Para o Legislador dos Dez Mandamentos, "qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos" (Tiago 2:8-13 RA). O verso de Apocalipse 14:8 denuncia esta rebelião contra Deus e, paralelamente a ele, é feito o urgente alerta: "Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos." (Apocalipse 18:4 RA).