Situada entre as colinas da Galiléia, a pequena cidade de Nazaré era o lar de José e Maria que posteriormente se tornaram os pais terrestres de Jesus. {VJ 9.1}
José pertencia à linhagem ou família de Davi, e quando saiu um decreto para o levantamento do censo da população, ele teve que ir a Belém, cidade de Davi, para ali registrar seu nome. Era uma jornada penosa, dadas as condições em que as viagens eram feitas na época. Maria, que acompanhava seu esposo, sentia-se extremamente fatigada ao subir a colina na qual Belém se localizava. E como desejava um lugar confortável onde pudesse repousar! Mas as hospedarias estavam todas lotadas. Os ricos e orgulhosos estavam bem hospedados, enquanto aqueles humildes viajantes tiveram que encontrar descanso em uma rude estrebaria. {VJ 9.2}
Embora José e Maria não possuíssem bens terrestres, sentiam-se amparados pelo amor de Deus e isso os tornava ricos em paz e contentamento. Eram filhos do Rei celestial que estava prestes a honrá-los de maneira maravilhosa. {VJ 10.1}
Anjos os acompanharam durante a viagem e quando a noite chegava os mensageiros celestes guardavam o seu repouso. Não foram deixados a sós, pois os anjos permaneceram com eles. {VJ 10.2}
Ali, naquela pobre estrebaria, nasceu Jesus, o Salvador, e foi colocado em uma manjedoura. O Filho do Altíssimo, Aquele cuja presença havia inundado as cortes celestiais com Sua glória, repousava em um rude berço. {VJ 10.3}
O líder celestial
Antes de vir à Terra, Jesus fora o Comandante das hostes angelicais. Os mais brilhantes e exaltados filhos da alva anunciaram Sua glória na criação. Em Sua presença, diante do trono, cobriam o rosto e lançavam-Lhe aos pés suas coroas, cantando hinos de triunfo ao contemplarem Seu poder e majestade. {VJ 10.4}
Entretanto, esse glorioso Ser tanto amou o desamparado pecador que tomou sobre Si a forma de um servo para que pudesse sofrer e morrer por nós. {VJ 10.5}
Jesus poderia ter permanecido ao lado do Pai, usando a coroa e as vestes reais, mas por amor a nós trocou as riquezas do Céu pela pobreza da Terra. Ele escolheu renunciar ao posto de Supremo Comandante e à adoração dos anjos que tanto O amavam. Escolheu trocar a adoração dos seres celestes pela zombaria e desprezo de homens ímpios. Por amor a nós, aceitou uma vida de privações e uma morte vergonhosa. {VJ 10.6}
Cristo fez tudo isso para provar o quanto Deus nos ama. Viveu na Terra para mostrar como podemos honrar a Deus através da obediência à Sua vontade. Assim agiu para que, seguindo Seu exemplo, possamos finalmente viver com Ele no lar celestial. {VJ 10.7}
Os sacerdotes e príncipes judeus não estavam preparados para receber Jesus. Sabiam que o Salvador viria em breve, mas esperavam que viesse como um rei poderoso que traria poder e riqueza para a nação. Eram por demais orgulhosos para aceitar o Messias como um bebê indefeso. {VJ 10.8}
Por isso, quando Jesus nasceu, Deus não lhes revelou o grande acontecimento, mas enviou as novas de grande alegria a alguns pastores que guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. {VJ 10.9}
Eram homens piedosos e enquanto cuidavam das ovelhas, conversavam a respeito do Salvador prometido e oravam tão sinceramente por Sua vinda, que Deus enviou-lhes brilhantes mensageiros desde o Seu trono de luz, para lhes contar a respeito das boas-novas. {VJ 10.10}
Num berço de palha
“E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem. E, ausentando-se deles os anjos para o Céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. Foram apressadamente e acharam Maria e José e a Criança deitada na manjedoura. E, vendo-O, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito dEste Menino. Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração.” Lucas 2:9-19. {VJ 11.1}
Jesus apresentado no templo
José e Maria eram judeus e seguiam os costumes de sua nação. Quando Jesus completou seis semanas de idade foi apresentado ao Senhor, no templo de Jerusalém. {VJ 11.2}
Essa prática estava de acordo com a lei que Deus havia dado a Israel e Jesus devia ser obediente em tudo. Assim, o próprio Filho de Deus, o Príncipe do Céu, por Seu exemplo, ensina-nos que devemos obedecer. {VJ 11.3}
Apenas o primogênito de cada família devia ser apresentado no templo. Essa cerimônia era para lembrar continuamente um evento que havia ocorrido em um passado distante. {VJ 11.4}
Quando os filhos de Israel eram escravos no Egito, o Senhor enviou Moisés para libertá-los. Ele ordenou que Moisés fosse à presença de Faraó, rei do Egito, e dissesse: {VJ 11.5}
“Assim diz o Senhor: Israel é Meu filho, Meu primogênito... Deixa ir Meu filho, para que Me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que Eu matarei teu filho, teu primogênito.” Êxodo 4:22, 23. {VJ 11.6}
Moisés levou ao rei esta mensagem. Mas a resposta de Faraó foi: “Quem é o Senhor para que Lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel.” Êxodo 5:2. {VJ 11.7}
Então o Senhor enviou terríveis pragas sobre os egípcios. A última delas foi a morte do primogênito de cada família, desde o filho do rei até o do mais pobre que habitava a região. {VJ 11.8}
O Senhor ordenou a Moisés que cada família dos israelitas matasse um cordeiro e com o sangue do animal marcasse a ombreira da porta. {VJ 11.9}
Esse foi o sinal para que o anjo da morte passasse por alto as casas dos israelitas e não tocasse em nenhum deles, exceto os cruéis e orgulhosos egípcios. {VJ 13.1}
O sangue da Páscoa representava para os judeus o sangue de Cristo. No tempo determinado, Deus lhes daria Seu querido Filho como sacrifício, assim como o cordeiro havia sido sacrificado de modo que todo aquele que cresse nEle pudesse ser salvo da morte eterna. Cristo é chamado a “nossa Páscoa”. 1 Coríntios 5:7. Somos redimidos por Seu sangue, através da fé. Efésios 1:7. {VJ 13.2}
Assim, quando cada família israelita trouxesse seu filho primogênito ao templo, deveria lembrar-se de como os filhos foram salvos da praga e como todos poderiam ser salvos do pecado e da morte eterna. A criança, ao ser apresentada no templo, era tomada nos braços e erguida diante do altar. {VJ 13.3}
Desse modo, era solenemente dedicada a Deus. E logo que era devolvida à mãe, seu nome era registrado em um rolo, ou livro, que continha o nome de todos os primogênitos de Israel. Assim também todos os que são salvos pelo sangue de Cristo terão seu nome escrito no livro da vida. {VJ 13.4}
Reconhecendo o prometido
José e Maria trouxeram Jesus ao sacerdote conforme requeria a lei. Todos os dias, pais e mães traziam seus filhos e o sacerdote nada notou de diferente em José e Maria dos outros que vinham dedicar seus primogênitos. Para ele, eram simplesmente gente operária. {VJ 13.5}
Na criança viu apenas um frágil bebê. Ele não podia imaginar que tinha nos braços o Salvador do mundo, o Sumo Sacerdote do templo celestial. Contudo, ele poderia ter sabido, pois se tivesse sido obediente à Palavra de Deus, o Senhor o teria revelado. {VJ 13.6}
Naquela mesma hora, estavam no templo dois servos fiéis de Deus: Simeão e Ana. Ambos haviam dedicado toda a vida ao serviço do Senhor, que lhes revelou coisas que não podiam ser reveladas aos orgulhosos e egoístas sacerdotes. {VJ 13.7}
A Simeão deu a promessa de que não morreria sem ver o Salvador. Assim que viu Jesus no templo, ele soube que aquela criança era o Messias prometido. {VJ 13.8}
Uma luz suave e divina iluminava o rosto de Jesus e, tomando-o nos braços, Simeão louvou a Deus dizendo: {VJ 13.9}
“Agora, Senhor, podes despedir em paz o Teu servo, segundo a Tua palavra; porque os meus olhos já viram a Tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do Teu povo de Israel.” Lucas 2:29-32. {VJ 13.10}
Ana, uma profetisa, “chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. Lucas 2:38. {VJ 13.11}
É desse modo que Deus escolhe pessoas humildes para serem Suas testemunhas. Com freqüência, aqueles a quem o mundo honra são passados por alto. Muitos são como os líderes e sacerdotes judeus. {VJ 13.12}
Muitos há que estão prontos para servir e honrar a si mesmos, mas pouco se preocupam em honrar e servir a Deus. Por isso Ele não pode escolhê-los para contar aos outros sobre Seu amor e misericórdia. {VJ 13.13}
O príncipe da paz
Maria, mãe de Jesus, meditava em silêncio a respeito da importante profecia de Simeão. Ao olhar o menino em seus braços lembrou-se do que os pastores de Belém haviam dito e seu coração transbordou de gratidão e viva esperança. {VJ 13.14}
As palavras de Simeão trouxeram-lhe à lembrança a profecia de Isaías. Sabia que aquelas maravilhosas palavras referiam-se a Jesus: {VJ 13.15}
“O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.” Isaías 9:2. {VJ 13.16}
“Porque um Menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6. {VJ 13.17}
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